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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Entrevista com Ana Carolina Marinho sobre 'Volta, ao ponto'


O que significa a Estética Relacional, com a qual vocês trabalham?

A gente trabalha com a Estética Relacional buscando problematizar a esfera das relações entre as pessoas e o mundo por meio dos objetos estéticos. É uma forma de mantermos o diálogo entre a obra, os espectadores e os atores-criadores. A Estética Relacional afirma que o artista deve levar o "observador" a completar a obra e a participar da elaboração de seu sentido, e é nisso que acreditamos. No Volta, ao ponto. Um experimento acontece, por exemplo, uma maior cumplicidade com a plateia: ela é o canal que possibilita a história ser contada.

Por que a escolha do conto Além do ponto, de Caio Fernando Abreu, como uma das bases do experimento?

Escolhemos o texto de Caio Fernando Abreu porque, dentre outros motivos, ouve identificação, tanto com o estilo do Caio, quanto com a abordagem que ele dá à angústia, ao amor e ao homossexualidade.

Fale um pouco sobre o projeto Abrindo Janelas
O Abrindo Janelas tem como meta permitir que cada integrante do grupo possa experimentar e pesquisar poéticas e estéticas de acordo com o que quer dizer enquanto artista. Como o Janela é um grupo recém-formado por jovens, a infinita busca pelas identidades efetiva-se no projeto. A partir da proposição dramatúrgica e estética de um dos integrantes, o Grupo constrói coletivamente o experimento. Assim, ao final do projeto teremos quatro experimentos.

Janela no Festival Agosto

Fotos de Maurício Cuca:









terça-feira, 2 de novembro de 2010

Release de 'Volta, ao ponto'


Após passar pelo Projeto Barracantes (Clowns de Shakespeare), Projeto Gambiarra (Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias), Cena Contínua e Festival Agosto de Teatro, o Grupo de Teatro Janela se apresenta com 'Volta, ao ponto' mais um vez na Casa da Ribeira, contemplado pelo edital Cena Aberta. Confira o espetáculo nos dias 6 e 7, às 20h. Os ingressos custam R$ 5.

A apresentação vem logo após o Festival Agosto, no qual, o Janela obteve sucesso de público e crítica e recebeu elogios dos curadores e apreciadores convidados, além da imprensa local.

"Não é a porralouquice juvenil, é a vitalidade de quatro jovens atores em cena" - Kil Abreu (jornalista, crítico e pesquisador de teatro. Colaborador da Revista Bravo, curador do Festival Recife de Teatro Nacional e parte do júri do prêmio Shell. Foi um dos curadores do Festival Agosto de Teatro).

"A partir das experimentações do Grupo Janela, foi possível transformar um teatro morto em um organismo vivo" - Amir Haddad (Ator, diretor de teatro e teatrólogo. Foi um dos fundadores do Teatro Oficina. Participou do Festival Agosto como apreciador convidado).

"Meninos jovens e talentosos no palco. O grupo soube se cercar de ótimas escolhas para conduzir seu trabalho. Teatro com o vigor e a beleza juvenil" - Marcílio Amorim (jornalista, DJ, produtor e chefe do Núcleo de Artes Visuais da Funcarte).

"O Grupo Janela de Teatro não é uma promessa para o teatro local, é uma realidade. Com apenas um ano de existência, o grupo foi arrojado ao adaptar um texto de Caio Fernando Abreu e não decepcionar" - Revista Catorze de Jornalismo Cultural.


Volta, ao ponto

“Volta, ao Ponto. Um experimento” é um espetáculo de caráter aberto e mutável. Ele inaugura, junto com o Janela, um novo processo de pesquisa cênica na vida artística dos participantes, propondo uma cumplicidade maior com a plateia.

O tema abordado no experimento é a ‘angústia’. Foi a partir dele que o grupo focou sua pesquisa para montagem do espetáculo. A execução de “Volta, ao Ponto” trata-se de uma contação de histórias, cujo personagem percorre um caminho de busca e encontro de si e do amor perdido, revelando suas intimidades e inquietudes.

A dramaturgia é uma livre adaptação do conto “Além do ponto”, de Caio Fernando Abreu. Outra forte inspiração para a montagem é a música “Volta”, das cantoras potiguares Simona Talma e Khrystal.

A direção de “Volta, ao ponto” é coletiva, bem como sua concepção. A proposição, entretanto, é do membro José Neto Barbosa, dentro do Projeto Abrindo Janelas.

O elenco do espetáculo é composto por Ana Carolina Marinho, Cris Reliê, José Neto Barbosa e Rannieri Sousa. Para a apresentação na Casa da Ribeira, entretanto, a atriz Cris Reliê será substituída pelo ator e bailarino Rodrigo Silbat.

Contato:

9163-5300 - Ana Carolina Marinho
9638-1248 - José Neto Barbosa
8859-5665 - Ramilla Souza (Assessoria de Imprensa)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que rolou no Festival AGosto:

"O teatro apresentado no Festival Agosto de Teatro é jovem e cheio de vitalidade. Estamos num momento de efervescência e bem diferente da fase entre o final da década de 90 e início dos anos 2000, que dizimou uma penca de grupos teatrais.(...) Não se experimentava nada diferente. Hoje o teatro potiguar tem diversidade. Existe uma galera muito jovem e muito forte lutando para impor suas idéias.(...) Por essas e por outras o Festival Agosto de Teatro recuperou a minha fé no teatro potiguar.(...) O primeiro espetáculo completo que eu assisti foi o experimento 'Volta ao Ponto', e o Grupo Janela de Teatro me convenceu de cara! Meninos jovens e talentosos no palco. O grupo soube se cercar de ótimas escolhas para estruturar o seu trabalho. Teatro com o vigor e a beleza juvenil. Sangue novo e puro. Destaque para o trabalho corporal assinado por Rodrigo Silbat. Desejo vida longa ao grupo. Quero assistir tudo que eles fizerem!(...) Rodrigo Silbat foi o grande destaque do Festival. O seu trabalho ficou evidenciado nos bem sucedidos 'Volta ao Ponto' e 'O Pulo do Gato'. E num festival que mostrou a fragilidade corporal de alguns grupos, Rodrigo Silbat fez a diferença! Parabéns!"
(blogsaladeespera.blogspot.com)

"O grupo Janela de teatro não é uma promessa para o teatro local. É uma realidade. Com apenas um ano de existência o grupo foi arrojado ao adaptar um texto de Caio Fernando Abreu e não decepcionar. Nem perto disso, os atores mostraram-se seguros em cena, o texto chegou leve e denso para o expectador. A ambientação foi bem construída. A iluminação que refrata no cenário e a música ao vivo fisgam o público. A história de um homem que vai em busca de um amor perdido em um dia de chuva é muito bem contada, hora pelo texto, hora pelo corpo. A umidade, o frio e a tensão da narrativa alcançam o público. (...) Renovação. Não dá para falar do grupo de teatro Janela sem ser tocado pela novidade e pela empolgação que seus quatro integrantes transmitem. Formado há pouco mais de um ano, numa mistura de artistas novos e outros mais experientes.(...) De acordo com o ator Ranniery Sousa, a encenação procura provocar a angústia, sentida pelo leitor de Caio, no público. 'A gente tenta fazer com que o público faça parte do espetáculo', disse. No palco, a sonoplastia é executada ao vivo pelo músico Renato Carvalho.(...) A cada encenação, detalhes e até cenas da peça são modificadas. 'As apresentações sempre vão mudando, porque o processo não é estático', explica a atriz Ana Carolina Marinho."
(revistacatroze.com.br)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ao Festival AGosto de Teatro 2010!




Agora, com Rodrigo Silbat como preparador corporal do grupo, Paula Vanina orientando a criação cênica, Olivan Nascimento iluminando-nos, com a força de Dudu Galvão na preparação vocal e o músico Renato Carvalho que entrara para o “Volta, ao Ponto.” no lugar de Natália Oliveira, íamos à inscrição do Festival AGosto. Fomos aprovados!



Infelizmente Cris Reliê teve problemas pessoais e não pôde estar no palco do TCP pelo Festival. A novidade foi a substituição com Rodrigo Silbat. Deu super certo com nosso preparador corporal, bailarino, coreografo e, agora, estreante ator.

Estreamos em um Festival no dia 10/10/10. O espetáculo de cunho experimental foi muito bem recebido! Felizes demais!
http://revistacatorze.com.br/?p=2862 / http://revistacatorze.com.br/?p=2921

Trajetória do "Volta, ao Ponto."



Após meses de pesquisas, estreamos em janeiro de 2010 no Projeto Barracantes (apresentando no Barracão Clowns), acolhidos e incentivados pelos Clowns de Shakespeare. Recepção e feedbacks impulsionadores.

Passo importante para continuar o caminho foi participar do Projeto Reinventando Memórias do ator e diretor João Junior(reinventandomemorias@blogspot.com).
Ele nos apresentou a teoria da Estética da Recepção, tão conexa com a Estética Relacional a qual Henrique Fontes nos indicou. Ambos os estudos foram de suma importância para a evolução do “Volta, ao Ponto. Um experimento.”

“As obras de arte relacional promovem encontros intersubjectivos, cujos significados são construídos colectivamente e não numa esfera de consumismo individual. Ao contrário de uma obra autónoma que transcende o seu contexto, a arte relacional está condicionada ao seu ambiente e ao seu público. (...) A Estética Relacional desafia-nos a reformular a relação espaço/tempo.” Filipa Aranda (filiparanda.wordpress.com/2010/01/27/estetica-relacional)

“Hoje, o Janela passou a tarde conversando sobre a dramaturgia da recepção como solução para algumas lacunas do experimento do grupo. Nossa, Neto levou um texto sobre Estética Relacional e... Bingo! Tem tudo a ver com a recepção. Pensamos até que a dramaturgia da recepção seja uma das soluções que a Estética Relacional traz. Nossa, isso tem muito a ver. A necessidade de se construir qualquer obra de arte que seja a partir dos leitores, espectadores e afins. A importância em pensar que o produto só se torna uma obra de arte quando é transformado pelo público ou quando o transforma e, portanto, só existe se esse público ta presente e atuante. E, pra isso, sempre pensar em códigos coletivos, (...) em ‘memórias sociais’.” Ana Carolina Marinho

A experimentação continuava a todo vapor convidados pelo Grupo Facetas para participar do Projeto Gambiarra, nos apresentando no espaço TECESOL em Março de 2010. Como sempre, ao final de cada apresentação abrimos espaço para uma conversa com o público. Algo revelador e relevante para a continuidade do processo.

“Já que os feedbacks de sensações revelaram pro coletivo inúmeras leituras, subjetividades e, de certa forma, quem viu se tornou atuante, é como se muita coisa fizesse até mais sentido depois da conversa coletiva.” Ana Carolina Marinho


Inscrevemos-nos no edital de ocupação da Casa da Ribeira, Cena Contínua. Fomos aprovados e, em mais ebulição, o "Volta, ao Ponto." chegava ao formato de palco italiano. Com a iluminação colaborativa de Olivan Nascimento, com a ajuda de Ramilla Sousa na assessoria de imprensa e a força de Alana Cascudo na assistência de produção. O resultado foi positivo! A surpresa nos tomou ao saber que fomos citados na tese de mestrado do teatrólogo e diretor Márcio Rodrigues.

Inicia-se o segundo experimento do Projeto Abrindo Janelas


Dando continuidade ao Projeto Abrindo Janelas, iniciamos as pesquisas da experimentação proposta, agora, por Cris Reliê. O convite foi de embarcar no universo nordestino. Estudamos a vida e obra de Luiz Gonzaga como reflexo de uma realidade. Realidade esta que o Janela foi conferir de perto em viajem ao interior do estado, indo a Santo Antônio do Salto da Onça no agreste potiguar. Riqueza, riqueza e riqueza de motes para pesquisa!

Experimentando o ato representativo, fomos à sala de ensaio e descobrimos a tendência da pesquisa à crença e aos costumes nossos, dos nordestinos. Criávamos, então, personagens que transcorrerão em todo o processo. Personas-entidades com matrizes pautadas em tudo vivido e proposto.

Relevante foi o estudo do texto A Grande Serpente de Racine Santos, onde encontramos mais motes e coincidências com o trabalho já iniciado.

“Partindo do pressuposto de uma pesquisa embasada no universo nordestino, encontramos em diversas referências insurgidas também por viagens laboratórios pelo interior do estado e oficinas feitas em sala de ensaio, figuras pitorescas de nossa região, componentes de potência imagética, substratos a um imaginário poético. O texto A Grande Serpente veio como pré-texto para redimensionar os elementos encontrados em sala de ensaio. Imbuídos de empolgação e consciência, sabemos do objetivo de levar esse universo ao palco, defendendo anseios próprios da nossa cultura, que sirva de instrumento para o resgate de nossas raízes de figuras míticas, do sincretismo sertanejo e levantamento de diversas questões. Conscientes, também, do hibridismo entre contemporaneidade e tradicionalismo. Entre sagrado e profano, mergulharemos naquilo que é profético.” Cris Reliê

Em prosseguimento, o encontro e a aproximação da dramaturga e atriz Cláudia Magalhães foi e está sendo, antes de tudo, uma satisfação e enorme alegria. Cláudia será nossa orientadora de pesquisa em composição dramatúrgica.

sábado, 12 de junho de 2010

Um ano de formação!


DIA 8/06/2010
Todos felizes com nosso aniversário! É o primeiro de muitos!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Janela na imprensa.

"Grupo de Teatro Janela encena espetáculo 'Volta, ao ponto. Um Experimento' na Casa da Ribeira"
(http://natalacao.com/?p=6891)

"Peça experimental analisa a angústia dias 10 e 11 na Casa da Ribeira"

(http://www.cefascarvalhojornalista.blogspot.com)

"Carentes e angustiados"

(http://sergiovilar.blogspot.com/2010/06/carentes-e-angustiados.html)

"A cena continua..."
"'Entre Nós', da diretora Diana Fontes, e 'Volta, ao Ponto.
Um experimento', do Grupo de Teatro Janela, ambos contemplados pelo edital Cena Contínua."
(http://www.desaboya.com.br/pe_de_serra/30626/a-cena-continua)

"Volta, ao Ponto. na Casa da Ribeira"

(http://grandeponto.blogspot.com)

"Nas asas de Caio Fernando Abreu"
"Após eventuais encontros em oficinas de teatro, quatro jovens artistas com idade média de 18 anos, decidiram se encontrar para pesquisar e estudar o universo artístico."
"O Grupo de Teatro Janela abre as cortinas para uma dramaturgia inspirada no conto 'Além do ponto', de Caio Fernando Abreu e na música 'Volta', das cantoras potiguares Simona Talma e Khrystal."
(http://tribunadonorte.com.br/noticia/nas-asas-de-caio-fernando-abreu/150736)

"A execução de 'Volta, ao Ponto' trata-se de uma contação de histórias, cujo personagem percorre um caminho de busca e encontro de si e do amor perdido, revelando suas intimidades e inquietudes."
(http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/grupo-de-teatro-janela-apresenta-o-espetaculo-volta-ao-ponto-na-casa-da-ribeira/150077)

"O elenco é composto por José Neto Barbosa, Ana Carolina Marinho, Cris Reliê e Ranniery Sousa. A apresentação na Casa da Ribeira conta, ainda, com a participação de Natália Oliveira, que além de assinar os figurinos, executa a trilha sonora de 'Volta, ao Ponto' ao vivo."
(http://www.potiguarnoticias.com.br/portal/internas.php?pd=noticias_visualizar&id=4137)

"Apesar das similaridades com a proposta de Boal - ainda difundida em diversos países -, o alicerce para montagem do espetáculo é o conceito de Estética Relacional, teorizado pelo crítico de arte Nicolas Bourriaud - um dos papas da arte contemporânea francesa. A prática da Estética Relacional implica em ser para além do ser, tanto na ética como nas interações humanas. Quando o sujeito está diante do outro, frente a frente, sente-se responsável. Esta necessidade de calor humano, numa sociedade carente de humanidade é um dos questionamentos abordados. A atriz Cris Reliê explica que a proposta do espetáculo é inversa à essência do Teatro do Oprimido. 'Enxergamos o público como sujeito da obra, capaz de 'se inserir' nela. O público se coloca como objeto 'transformador' da realidade em que vive. Acho que o Teatro do Oprimido é uma transformação imposta de dentro pra fora (do palco para a platéia). E na Estética Relacional isso ocorre de forma inversa: o processo de mudança é de fora pra dentro, ou seja: parte do público para o espetáculo, para então estabelecer o diálogo relacional'. De toda forma ambas as propostas fogem da interpretação da realidade."
(http://www.diariodenatal.com.br/2010/06/08/muito1_0.php)

"Volta, ao ponto. Um experimento, em cartaz na Casa da Ribeira"
"Além de 'Volta, ao ponto', atualmente o Janela estuda a obra do dramaturgo potiguar Racine Santos 'A grande serpente', para uma futura montagem. A proposição é da atriz Cris Reliê"
(http://www.correiodatarde.com.br/editorias/tudo-55121)

Assessoria de imprensa do Grupo de Teatro Janela: Ramilla Souza

terça-feira, 1 de junho de 2010

...Grupo Janela apresenta o espetáculo “Volta, ao Ponto. Um Experimento.”

Com proposição do integrante José Neto Barbosa, o espetáculo-experimento do grupo mergulha na angústia. Foi apresentado no projeto Barracantes do Grupo Clowns de Shakespeare (janeiro, 2010) e no projeto Gambiarra do Grupo Facetas (maio, 2010).

O Grupo de Teatro Janela apresenta, nos dias 10 e 11 de junho, o espetáculo “Volta, ao Ponto. Um experimento”, na Casa da Ribeira. A peça é o primeiro trabalho do grupo, formado em 2009, e foi contemplada no edital “Cena Contínua”, da Casa.

“Volta, ao Ponto. Um experimento” é um espetáculo de caráter aberto e mutável. Ele inaugura, junto com o Janela, um novo processo de pesquisa cênica na vida artística dos participantes. Em sua execução, os atores do grupo propõem uma maior cumplicidade com a platéia, transformando-a em sujeito da obra.
O tema abordado no experimento é a ‘angústia’. Foi a partir dele que o grupo focou sua pesquisa para montagem do espetáculo. A execução de “Volta, ao Ponto” trata-se de uma contação de histórias, cujo personagem percorre um caminho de busca e encontro de si e do amor perdido, revelando suas intimidades e inquietudes.

A dramaturgia é uma livre adaptação do conto “Além do ponto”, de Caio Fernando Abreu. Outra forte inspiração para a montagem é a música “Volta”, das cantoras potiguares Simona Talma e Khrystal.
A direção de “Volta, ao ponto” é coletiva, bem como sua concepção. A proposição estética e dramáturgica, entretanto, é do membro José Neto Barbosa, dentro do Projeto Abrindo Janelas.

Neste trabalho, o Janela bebe na fonte da Estética Relacional do Nicolas Bourriaud e nos Viewpoints da Anne Bogart (técnica de treinamento e criação cênica).

Para a montagem, foi essencial a contribuição da atriz Paula Vanina, do músico Luiz Gadelha e do bailarino Rodrigo Silbat, em laboratórios de criação cênica, musicalidade e oficinas de preparação corporal. O grupo contou também com o auxílio da atriz Titina Medeiros e de todo o público presente nos feed-backs da pesquisa.

O elenco é composto por José Neto Barbosa, Ana Carolina Marinho, Cris Reliê e Ranniery Sousa. Conta, ainda, com a participação de Natália Oliveira, que além de assinar os figurinos, executa a música de “Volta, ao Ponto” ao vivo.

Projeto Abrindo Janelas

Uma vez que o Janela trabalha com a direção coletiva, o Projeto Abrindo Janelas trata-se de uma espaço para que cada integrante do grupo possa propor uma pesquisa e uma dramaturgia, que será desenvolvida em conjunto.
Além de “Volta, ao ponto”, atualmente o Janela estuda a obra do dramaturgo potiguar Racine Santos ‘A grande serpente’, para uma futura montagem. A proposição é da atriz Cris Reliê, convidando os integrantes a embarcar no universo nordestino. Dentro do processo, o grupo fez viagens laboratoriais pelo interior do RN e realiza pesquisas continuas em sala de ensaio.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

... Produção de Caju Oliveira.


Partindo da necessidade de um apoio para que, na prática, os experimentos acontecessem, convidamos nosso grande amigo Caju Oliveira para compor e assumir a produção do Grupo de Teatro Janela, do Projeto Abrindo Janelas. Todos impulsionados e, como sempre, felizes com a aproximação de Caju. Nosso parceiro, nosso irmão.

... A busca. (Projeto Abrindo Janelas)

E foi em busca da resposta que paramos e refletimos sobre o nosso objetivo, pelo menos no ano de 2010. Cada um colocou em questão e em roda o seu alvo, sua busca. Assim, encontramos a idéia de um projeto. Precisávamos abrir as janelas e olhar além, respirar além. O nosso objetivo era experimentar propostas cênicas com apego à pesquisa, ousadia e liberdade de pensamento, reconhecendo a arte como fruto de um processo contínuo, coletivo e relacional, ou melhor, como potência para transformar o espaço social e as relações humanas, partindo da preocupação com a interatividade e com as relações entre os atores, o espaço e o público. Então, propomos o Projeto Abrindo Janelas cuja meta é permitir que cada integrante do grupo possa experimentar e pesquisar poéticas e estéticas de acordo com o que quer dizer enquanto artista. Como o Janela é um grupo recém-formado por jovens, a infinita busca pelas identidades efetiva-se no projeto.




“O grupo acredita no trabalho coletivo, em que, antes de ser artístico é humano. Os artistas podem, assim, se inserir na obra como atores-criadores, capazes de amadurecer suas relações sociais.(...) Grupo Janela”


Sorteamos uma seqüência, uma ordem de proposições dos experimentos. José Neto, Cris Reliê, Ranieri Sousa e Ana Carolina, respectivamente vão convidar o grupo a embarcar em suas buscas, em seus universos, em suas vontades... Tornando-nos um coletivo em busca e evolução.

sábado, 20 de março de 2010

...Estávamos em busca de respostas.

E querendo sempre mais, o processo deveria continuar. Assim, a busca por um texto ideal para a segunda experimentação cênica foi intensa. Porém, sem resultados eficazes. Deparávamos-nos novamente com a questão do que deveríamos e queríamos fazer e comunicar, agora com a preocupação de continuidade dos estudos já começados.

"Vamos agora se jogar, sangrar e sofrer mais. Mas com a certeza de que o crescimento será gigantesco.(...) Ranieri Sousa"

Foi proposto um texto de autoria de Luiz Gadelha escrito para o próprio grupo. O texto foi desenvolvido pela observação do comportamento, do cotidiano, das idéias, das histórias e do que se passava na vida pessoal e profissional dos integrantes. Adoramos o texto, a idéia que nos faria continuar a pesquisa da estética textual do "Homem-Peixe, afagado e afogado", que nos faria estudar variadas formas de interpretação e que nos colocaria tão expostos diante da platéia.

"O processo está sendo um desafio. Os planos dramáticos e naturalistas acontecem como um simples botão que liga e desliga. Acho isso um pouco complicado.
Mas está sendo super proveitoso, pois encontramos preciosas descobertas no modo de interpretar. Os sentimentos se dissolvem no texto. Essa ponte o real e
o irreal, de trabalhar a metalinguagem na cena sem canastrices é algo além de um simples botão.(...) Cris Reliê"


Mesmo assim, acreditávamos que algo faltava dentro do grupo. E por isso está tentativa de experimento não estava tão produtiva em sala. Relaxamos por uns dias.Qual o motivo das falhas de processos de grupos? Porque as divergências diante do que se quer dizer, fazer, caminhar? Estávamos em busca da resposta.
(desenho de Paula V.)

terça-feira, 16 de março de 2010

..."Homem-Peixe, afagado e afogado."


Era primeira vez que entravámos em cena juntos. Levavámos ao palco textos de diversas poetizas, a exemplo de Iracema Macedo, e também textos dos atores, a fim de externar sensações e inquietações próprias . Tendo, assim, cenas com elementos e temáticas bem definidas: na chuva ao mar, o afago e o afogamento devido ao amor (no seu vago sentido). Não podemos dizer que era uma narrativa concreta, mas que era um esboço do sentimento de um homem iludido com o amor e de uma mulher que, sozinha, espera por esse amor perdido. Os poemas e textos recortados traduziam tudo isso, de forma subjetiva. O presente e o passado dividiam o mesmo espaço de tempo. É dificil encontrar as palavras que signifiquem esse processo, e o produto era pra sentir, embarcar com o que se via e ouvia.

O primeiro experimento tem ligação com algumas técnicas de criação cênica e de treinamento do ator, como o Viewpoints (Ane Bogart, Siti Company-NY), e o "Contato" (proveniente de um breve encontro com Savio de Luna e sua pesquisa nos Clowns).

Depois de estreado em sessões para pouquíssimas pessoas, sentimos a relação indireta da tão falada química dos atores na cena e do entrosamento de cada um fora do palco. Os leves abalos da entrada de Cris e do afastamento de Vitor já tinham se passado, a alegria e empolgação de todos estavam em alta. Mas na cena, não nos conhecíamos tanto (normal para os primeiros trabalhos como grupo). O experimento teve um resultado muito bom. Queríamos mais.

sexta-feira, 12 de março de 2010

...Da música à cena.




Com as vivências que Luiz Gadelha nos proporcionava no laboratório de Música do Ator, adotamos a música como fonte de inspiração e identificação para com a cena. Onde a música é mais que simplesmente música, e sim um canal para libertar os sentimentos e buscar a verdade no que você quer expressar, no seu intimo. Decidimos beber da música potiguar. E funcionou. Através da música "Feitiços pra ti (Luiz Gadelha/Simona Talma)" vimos imagens e vários motes para o surgimento de cenas. Assim, tinhamos em mãos as ferramentas necessarias para os workshops individuais do laboratório de Construção Cênica com Paula Vanina. Unindo as cenas dos workshops, surgiu o "Experimento Homem-Peixe, Afagado e Afogado".



Feitiços Pra Ti
"Homem-peixe, homem-peixe meu
Te espero por todas as eras
Tenho os olhos atentos ao mar
Tenho um corpo pronto
E um coração aquecido
E mesmo que a tempestade
Venha para nos banir
Trago os braços abertos
Como mãe e como cais
Como amante e como luz
Venha com seu corpo embarcação
Com sua voz errante
Que para nos não existe o distante
Não existe o perto, o longe
Que para nos só existe o instante
Em que o amor venceu." (Luiz G./Simona T.)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

...Orientadores de pesquisas



A atriz Paula Vanina e o músico Luiz Gadelha aproximaram-se do grupo. Assim, a própria necessidade de estar no palco colocando em pratica as pesquisas necessitadas
poderiam acontecer, com orientação deles. Diante disso, Paula e Luiz trouxeram uma proposta de condução de workshops com uma contrução coletiva. Sempre nos colocando
na condição de humanos e da verdade que devemos encontrar dentro de nos enquanto comunicadores, ou melhor, artistas; Será que os artistas e/ou grupos de teatro
realmente sabem o que querem comunicar ou pesquisar?
Deparamo-nos com uma pergunta a qual não sabíamos responder, pois o Grupo de Teatro Janela tinha sido criado por quatro jovens artistas que sentiram a necessidade de
unirem-se em prol de estudar Teatro na pratica e na teoria, e ainda não tinham definido por onde começar a suposta pesquisa de criação cênica.
Com alguns encontros, estavamos bem focados com o inicio do Laboratório de Preparação do Ator, orientado pela atriz Titina Medeiros.
Com tudo isso, teriamos então mais dois Laboratórios (o Laboratório de Criação Cênica com orientação de Paula, que ocorreria mais a frente. E o Laboratório de Música com Luiz, que já começava a todo vapor.).

...Parentes Janeleiros



Infelizmente, surgiu uma oportunidade de trabalho em São Paulo para Vitor Santhiago, e ele não pode resistir de ir morar lá. Pediu afastamento do grupo.
Entendemos e, antes mesmo dos abalos profissionais que o grupo sofreria, ficávamos sentidos e felizes com o fato ocorrido com nosso parente. Vitor foi um
integrante-fundador que plantou sementes no Janela, como a responsabilidade, profissionalismo, musicalidade e amor diante de tudo. Seremos sempre gratos e
proximos a ele. Quando ele vem a Natal, as janelas sempre estão abertas. Nosso eterno parente.

Não simplismente para preencher lacuna, mas para somar, e por antigas paqueras de trabalhar juntos, surgiu a oportunidade e Cris Reliê entrou para o
Grupo de Teatro Janela. Alguns descompassos para caminhar no mesmo sentido, mas, com certeza, tudo tornava-se positivo para que, juntos, podessemos
continuar firmes e fortes na longa estrada. E com o tempo, os laços concretizavam-se com Cris. A alegria tomava o grupo.

"Abro as janelas de meu peito
assim como da minh'alma
para deixar os ventos de nós
entrarem e espandirem-se por todos os cantos!(...) Cris Reliê"

...Tempo. Texto, música, vivência e comida...


Passado alguns encontros do grupo, com muito texto, músicas, vivências, práticas e comidas(era rotina, saiamos muito só pra comer e conversar. Fortalecia os laços). Apareceu um grande anseio em montar uma peça. Experimentamos esquetes, adaptamos e lemos alguns textos, como "Closer" na versão teatral. Com tudo isso, tivemos o valioso auxílio de Nara Kelly, Rogério Ferraz e João Junior para colocar os nossos pés no chão e enxergarmos que, em um grupo de teatro, a falta ao apego de pesquisa não podia existir. De tal modo, não tinhamos pesquisas concretas nem pré-desenvolvidas e não deveriamos montar um texto teatral. Assim, experimentações cênicas e pesquisas
tornaram-se efetivas nos encontros do Janela. Comida também... :D

domingo, 21 de fevereiro de 2010

..."Ah, o nome do grupo?..."


Com os laços se fortalecendo fora e dentro de sala de encontros, o grupo estava vivo. Mas faltava um nome.
"ô coisa chata é ter que escolher um nome, né?", pensávamos. E depois de pensar muito e já sem saco pra ter que escolher,
sugiriram nomes pavorosos como "Parangolé" e outros piores, mesmo. Hilário. Procuravámos nomes que carregassem alguma carga
potiguar. Mas nada surgia. Pelo menos nada que agradasse. Vitor sugeriu "Janela de Calle". Adoramos. Mas depois percebemos que o
"Calle", que significa "Rua" em espanhol, era fechação demais e deixava confuso, sujava. E por fim ficou Grupo de Teatro Janela. Simples. Claro. Com possibilidade para varias leituras coerentes.

"Com tantas portas fechadas por aí,
esta é uma janela que se abre.(...) Ranieri Sousa"


Aderimos também, com a ajuda de Lenilton Teixeira, o significado de que a janela, nesta sociedade cosmopolita em que vivemos,
revela as intimidades das pessoas. E já que queríamos cutucar a sociedade no seu intimo, com liberdade de pensamento. Pronto, casou.
O alivio de ter um nome e a felicidade pela aproximação da queridíssima Titina Medeiros para orientar uma pesquisa de preparação do ator
e estado de jogo (fundamentadas no trabalho pré-expressivo), nos fazia continuar vivos e sempre prosaicos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

...Uma janela que abria.



A paquera para trabalhar juntos surgiu nas oficinas dos Clowns de Shakespeare. Após as oficinas, vimos que sempre nos encontravamos em cursos de teatro da cidade. Assim, decidimos nos reencontrar para pesquisar e estudar teatro juntos. No Centro de Formação e Pesquisa Teatral os encontros se efetivavam. Energias positivas, vontade de trabalhar... Estávamos empolgados para montar um grupo.

"Amigos, irmãos, companheiros de estrada, artífices do teatro, enfim, artistas; Que essa jornada que começa seja longa, prospera, transformadora, enfim, bombástica; Para vocês, toda a força e a coragem que precisam aqueles que decidem viver da sua arte, e ainda cometem a loucura de fazer isso em grupo.(...) César Ferrario"

Foram definidos alguns pactos. Não sabíamos o que seria "includente ou excludente" para estar presente no grupo, mas já definíamos os nossos conceitos e nosso encaminhar grupal. Não sabíamos que teríamos que, futuramente, nos reiventar e, de certa forma, nos justificar sempre. Sabíamos que o nosso trabalho artístico teria que ser catalogado ao trabalho de treinamento e preparação do ator. Sabíamos que queríamos cutucar a sociedade no seu intimo com liberdade de pensamento. Não sabíamos que forças e tensões deveriam estar sempre equilibradas para manter o grupo em pé. Exercício do outro. Clareza. Horários. Pensar no coletivo. Profissionalismo. Saber ouvir, saber falar... Eram tantas coisas que sabíamos e não sabíamos. Queríamos fazer. E isso não só bastava, mas nos impulsionava a criar uma família.

A necessidade de estrear, de apresentar, de montar, não existia em sua maioria. Havia uma sede de estudo e logo começávamos a compartilhar experiências e pesquisas em sala (experimentávamos jogos de Viola Spolin, Yoga, Viewpoints, Contato, exercícios de irradiação...)

"Partindo do conceito de que teatro é comunicação. O exercício de irradiação é a transmissão de energia, que pode ocasionar a leitura de alguma informação, até mesmo as mais profundas, de forma sutil e sensivel. A irradiação só ocorre com a intenção do ator em compartilhar. Para isso, o corpo do ator deve estar em estado de jogo, ou seja, tem que estar energético e dilatado... A energia interna do ator depende e é gerada pelo estado de jogo. A irradiação é concretização do corpo que fala e do corpo que ouve. O corpo torna-se acesso, brilhante, ligado, âmbar(como sempre menciono). É quando a fala não é o essencial. Olhar. Prontidão. Corpo vivo e latejante, pronto pra dançar e compor... É quando o ator passa a ter consciência do corpo que pode brincar e ousar a gosto. Bem, não sei se é verdade tudo que acabo de escrever. Mas foi o que delicadamente senti. rsrsrsrsrsrsrsrsrs(...) José Neto Barbosa"