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sábado, 20 de fevereiro de 2010

...Uma janela que abria.



A paquera para trabalhar juntos surgiu nas oficinas dos Clowns de Shakespeare. Após as oficinas, vimos que sempre nos encontravamos em cursos de teatro da cidade. Assim, decidimos nos reencontrar para pesquisar e estudar teatro juntos. No Centro de Formação e Pesquisa Teatral os encontros se efetivavam. Energias positivas, vontade de trabalhar... Estávamos empolgados para montar um grupo.

"Amigos, irmãos, companheiros de estrada, artífices do teatro, enfim, artistas; Que essa jornada que começa seja longa, prospera, transformadora, enfim, bombástica; Para vocês, toda a força e a coragem que precisam aqueles que decidem viver da sua arte, e ainda cometem a loucura de fazer isso em grupo.(...) César Ferrario"

Foram definidos alguns pactos. Não sabíamos o que seria "includente ou excludente" para estar presente no grupo, mas já definíamos os nossos conceitos e nosso encaminhar grupal. Não sabíamos que teríamos que, futuramente, nos reiventar e, de certa forma, nos justificar sempre. Sabíamos que o nosso trabalho artístico teria que ser catalogado ao trabalho de treinamento e preparação do ator. Sabíamos que queríamos cutucar a sociedade no seu intimo com liberdade de pensamento. Não sabíamos que forças e tensões deveriam estar sempre equilibradas para manter o grupo em pé. Exercício do outro. Clareza. Horários. Pensar no coletivo. Profissionalismo. Saber ouvir, saber falar... Eram tantas coisas que sabíamos e não sabíamos. Queríamos fazer. E isso não só bastava, mas nos impulsionava a criar uma família.

A necessidade de estrear, de apresentar, de montar, não existia em sua maioria. Havia uma sede de estudo e logo começávamos a compartilhar experiências e pesquisas em sala (experimentávamos jogos de Viola Spolin, Yoga, Viewpoints, Contato, exercícios de irradiação...)

"Partindo do conceito de que teatro é comunicação. O exercício de irradiação é a transmissão de energia, que pode ocasionar a leitura de alguma informação, até mesmo as mais profundas, de forma sutil e sensivel. A irradiação só ocorre com a intenção do ator em compartilhar. Para isso, o corpo do ator deve estar em estado de jogo, ou seja, tem que estar energético e dilatado... A energia interna do ator depende e é gerada pelo estado de jogo. A irradiação é concretização do corpo que fala e do corpo que ouve. O corpo torna-se acesso, brilhante, ligado, âmbar(como sempre menciono). É quando a fala não é o essencial. Olhar. Prontidão. Corpo vivo e latejante, pronto pra dançar e compor... É quando o ator passa a ter consciência do corpo que pode brincar e ousar a gosto. Bem, não sei se é verdade tudo que acabo de escrever. Mas foi o que delicadamente senti. rsrsrsrsrsrsrsrsrs(...) José Neto Barbosa"

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