Compartilhe

Share |

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ainda sobre as bandas de lá.


O coletivo parceiro do Janela, o EstoPô Balaio de Criação, memória e narrativa (São Paulo-SP) além do projeto Daqui a pouco o peixe pula conta com um outro núcleo de pesquisa em mito e narrativa através da literatura oral brasileira no qual as cores de um país fabular e mítico se revelam presentes na memória oral de seu povo. O núcleo Chicote de Língua (www.chicotedelingua.blogspot.com) trabalha com esta vertente da memória e oralidade através da memória fantástica do povo e daquilo que Carl Jung pode chamar de inconsciente coletivo. Nesse núcleo existe o repertório de dois espetáculos Assim me contaram, assim vos contei... (construído a partir da obra de Câmara Cascudo em seus estudos sobre a literatura oral) e O rio Menino (projeto em construção sobre as lendas e mitos que margeiam o imaginário das comunidades ribeirinhas do país). Com ambos projetos, o coletivo foi cadastrado e realiza apresentações nas bibliotecas públicas da sistema municipal de bibliotecas da cidade de São Paulo e foram selecionados para o sistema PROART da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. 

domingo, 1 de julho de 2012

Pras bandas de lá.

                           Ana Carolina Marinho, integrante do Grupo de Teatro Janela, viajou no início de 2011 para São Paulo estudar teatro na SP Escola de Teatro. Na cidade-mundo, criou parcerias com outros artistas migrantes e, juntos, efetivaram o grupo EstoPô Balaio de criação, memória e narrativa, formado por Ana Carolina Marinho (Natal-RN), João Júnior (Natal-RN) e Recy Freire (Belém-PA). Juntos, encontraram na jornada heróica de travessia das enchentes dos moradores do Jardim Romano, bairro do extremo leste de São Paulo a metáfora para a própria travessia de resistência do migrante. Surge, a partir do contato desses artistas com os moradores do Romano, o projeto Daqui a pouco o peixe pula, que tem na memória social do bairro o território poético de atuação. O Jardim Romano ficou debaixo d’água durante três meses no ano de 2010. Nasce das narrativas dos moradores a ideia de um projeto que transforme em experiência estética tais relatos, numa poética de permanência, de confronto e de continuidadeDaqui a pouco o peixe pula foi contemplado pelo PROAC de Artes Visuais em 2012, que em parceria com os artistas visuais Júlia Salgueiro e Cris Ignoto, desenvolveu uma ação de contar as histórias dos moradores nos muros do bairro, através do grafite, transformando as paredes em páginas de um livro. O projeto foi contemplado também no PROAC de Primeira Obra em Artes Cênicas 2012, que busca performar as histórias contadas em uma ocupação poética nas ruas do bairro, através do grupo local Cia. Geração da Arte e da parceria com o artista Rogério Amorim. Com o Programa Vai, Daqui a pouco o peixe pula, agrega outros artistas, como Vitor Santhiago (ex-integrante do Grupo de Teatro Janela) e Fábio de Sousa e ganha uma dimensão artístico-pedagógica, já que as oficinas para a comunidade serão os motores da engrenagem artística, serão ministradas por jovens artistas profissionais com a monitoria dos integrantes da Cia. Geração da Arte. As oficinas gerarão materialidades que dialoguem com os elementos reais da memória social do Jardim Romano.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Entrevista com Ana Carolina Marinho sobre 'Volta, ao ponto'


O que significa a Estética Relacional, com a qual vocês trabalham?

A gente trabalha com a Estética Relacional buscando problematizar a esfera das relações entre as pessoas e o mundo por meio dos objetos estéticos. É uma forma de mantermos o diálogo entre a obra, os espectadores e os atores-criadores. A Estética Relacional afirma que o artista deve levar o "observador" a completar a obra e a participar da elaboração de seu sentido, e é nisso que acreditamos. No Volta, ao ponto. Um experimento acontece, por exemplo, uma maior cumplicidade com a plateia: ela é o canal que possibilita a história ser contada.

Por que a escolha do conto Além do ponto, de Caio Fernando Abreu, como uma das bases do experimento?

Escolhemos o texto de Caio Fernando Abreu porque, dentre outros motivos, ouve identificação, tanto com o estilo do Caio, quanto com a abordagem que ele dá à angústia, ao amor e ao homossexualidade.

Fale um pouco sobre o projeto Abrindo Janelas
O Abrindo Janelas tem como meta permitir que cada integrante do grupo possa experimentar e pesquisar poéticas e estéticas de acordo com o que quer dizer enquanto artista. Como o Janela é um grupo recém-formado por jovens, a infinita busca pelas identidades efetiva-se no projeto. A partir da proposição dramatúrgica e estética de um dos integrantes, o Grupo constrói coletivamente o experimento. Assim, ao final do projeto teremos quatro experimentos.

Janela no Festival Agosto

Fotos de Maurício Cuca:









terça-feira, 2 de novembro de 2010

Release de 'Volta, ao ponto'


Após passar pelo Projeto Barracantes (Clowns de Shakespeare), Projeto Gambiarra (Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias), Cena Contínua e Festival Agosto de Teatro, o Grupo de Teatro Janela se apresenta com 'Volta, ao ponto' mais um vez na Casa da Ribeira, contemplado pelo edital Cena Aberta. Confira o espetáculo nos dias 6 e 7, às 20h. Os ingressos custam R$ 5.

A apresentação vem logo após o Festival Agosto, no qual, o Janela obteve sucesso de público e crítica e recebeu elogios dos curadores e apreciadores convidados, além da imprensa local.

"Não é a porralouquice juvenil, é a vitalidade de quatro jovens atores em cena" - Kil Abreu (jornalista, crítico e pesquisador de teatro. Colaborador da Revista Bravo, curador do Festival Recife de Teatro Nacional e parte do júri do prêmio Shell. Foi um dos curadores do Festival Agosto de Teatro).

"A partir das experimentações do Grupo Janela, foi possível transformar um teatro morto em um organismo vivo" - Amir Haddad (Ator, diretor de teatro e teatrólogo. Foi um dos fundadores do Teatro Oficina. Participou do Festival Agosto como apreciador convidado).

"Meninos jovens e talentosos no palco. O grupo soube se cercar de ótimas escolhas para conduzir seu trabalho. Teatro com o vigor e a beleza juvenil" - Marcílio Amorim (jornalista, DJ, produtor e chefe do Núcleo de Artes Visuais da Funcarte).

"O Grupo Janela de Teatro não é uma promessa para o teatro local, é uma realidade. Com apenas um ano de existência, o grupo foi arrojado ao adaptar um texto de Caio Fernando Abreu e não decepcionar" - Revista Catorze de Jornalismo Cultural.


Volta, ao ponto

“Volta, ao Ponto. Um experimento” é um espetáculo de caráter aberto e mutável. Ele inaugura, junto com o Janela, um novo processo de pesquisa cênica na vida artística dos participantes, propondo uma cumplicidade maior com a plateia.

O tema abordado no experimento é a ‘angústia’. Foi a partir dele que o grupo focou sua pesquisa para montagem do espetáculo. A execução de “Volta, ao Ponto” trata-se de uma contação de histórias, cujo personagem percorre um caminho de busca e encontro de si e do amor perdido, revelando suas intimidades e inquietudes.

A dramaturgia é uma livre adaptação do conto “Além do ponto”, de Caio Fernando Abreu. Outra forte inspiração para a montagem é a música “Volta”, das cantoras potiguares Simona Talma e Khrystal.

A direção de “Volta, ao ponto” é coletiva, bem como sua concepção. A proposição, entretanto, é do membro José Neto Barbosa, dentro do Projeto Abrindo Janelas.

O elenco do espetáculo é composto por Ana Carolina Marinho, Cris Reliê, José Neto Barbosa e Rannieri Sousa. Para a apresentação na Casa da Ribeira, entretanto, a atriz Cris Reliê será substituída pelo ator e bailarino Rodrigo Silbat.

Contato:

9163-5300 - Ana Carolina Marinho
9638-1248 - José Neto Barbosa
8859-5665 - Ramilla Souza (Assessoria de Imprensa)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que rolou no Festival AGosto:

"O teatro apresentado no Festival Agosto de Teatro é jovem e cheio de vitalidade. Estamos num momento de efervescência e bem diferente da fase entre o final da década de 90 e início dos anos 2000, que dizimou uma penca de grupos teatrais.(...) Não se experimentava nada diferente. Hoje o teatro potiguar tem diversidade. Existe uma galera muito jovem e muito forte lutando para impor suas idéias.(...) Por essas e por outras o Festival Agosto de Teatro recuperou a minha fé no teatro potiguar.(...) O primeiro espetáculo completo que eu assisti foi o experimento 'Volta ao Ponto', e o Grupo Janela de Teatro me convenceu de cara! Meninos jovens e talentosos no palco. O grupo soube se cercar de ótimas escolhas para estruturar o seu trabalho. Teatro com o vigor e a beleza juvenil. Sangue novo e puro. Destaque para o trabalho corporal assinado por Rodrigo Silbat. Desejo vida longa ao grupo. Quero assistir tudo que eles fizerem!(...) Rodrigo Silbat foi o grande destaque do Festival. O seu trabalho ficou evidenciado nos bem sucedidos 'Volta ao Ponto' e 'O Pulo do Gato'. E num festival que mostrou a fragilidade corporal de alguns grupos, Rodrigo Silbat fez a diferença! Parabéns!"
(blogsaladeespera.blogspot.com)

"O grupo Janela de teatro não é uma promessa para o teatro local. É uma realidade. Com apenas um ano de existência o grupo foi arrojado ao adaptar um texto de Caio Fernando Abreu e não decepcionar. Nem perto disso, os atores mostraram-se seguros em cena, o texto chegou leve e denso para o expectador. A ambientação foi bem construída. A iluminação que refrata no cenário e a música ao vivo fisgam o público. A história de um homem que vai em busca de um amor perdido em um dia de chuva é muito bem contada, hora pelo texto, hora pelo corpo. A umidade, o frio e a tensão da narrativa alcançam o público. (...) Renovação. Não dá para falar do grupo de teatro Janela sem ser tocado pela novidade e pela empolgação que seus quatro integrantes transmitem. Formado há pouco mais de um ano, numa mistura de artistas novos e outros mais experientes.(...) De acordo com o ator Ranniery Sousa, a encenação procura provocar a angústia, sentida pelo leitor de Caio, no público. 'A gente tenta fazer com que o público faça parte do espetáculo', disse. No palco, a sonoplastia é executada ao vivo pelo músico Renato Carvalho.(...) A cada encenação, detalhes e até cenas da peça são modificadas. 'As apresentações sempre vão mudando, porque o processo não é estático', explica a atriz Ana Carolina Marinho."
(revistacatroze.com.br)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ao Festival AGosto de Teatro 2010!




Agora, com Rodrigo Silbat como preparador corporal do grupo, Paula Vanina orientando a criação cênica, Olivan Nascimento iluminando-nos, com a força de Dudu Galvão na preparação vocal e o músico Renato Carvalho que entrara para o “Volta, ao Ponto.” no lugar de Natália Oliveira, íamos à inscrição do Festival AGosto. Fomos aprovados!



Infelizmente Cris Reliê teve problemas pessoais e não pôde estar no palco do TCP pelo Festival. A novidade foi a substituição com Rodrigo Silbat. Deu super certo com nosso preparador corporal, bailarino, coreografo e, agora, estreante ator.

Estreamos em um Festival no dia 10/10/10. O espetáculo de cunho experimental foi muito bem recebido! Felizes demais!
http://revistacatorze.com.br/?p=2862 / http://revistacatorze.com.br/?p=2921

Trajetória do "Volta, ao Ponto."



Após meses de pesquisas, estreamos em janeiro de 2010 no Projeto Barracantes (apresentando no Barracão Clowns), acolhidos e incentivados pelos Clowns de Shakespeare. Recepção e feedbacks impulsionadores.

Passo importante para continuar o caminho foi participar do Projeto Reinventando Memórias do ator e diretor João Junior(reinventandomemorias@blogspot.com).
Ele nos apresentou a teoria da Estética da Recepção, tão conexa com a Estética Relacional a qual Henrique Fontes nos indicou. Ambos os estudos foram de suma importância para a evolução do “Volta, ao Ponto. Um experimento.”

“As obras de arte relacional promovem encontros intersubjectivos, cujos significados são construídos colectivamente e não numa esfera de consumismo individual. Ao contrário de uma obra autónoma que transcende o seu contexto, a arte relacional está condicionada ao seu ambiente e ao seu público. (...) A Estética Relacional desafia-nos a reformular a relação espaço/tempo.” Filipa Aranda (filiparanda.wordpress.com/2010/01/27/estetica-relacional)

“Hoje, o Janela passou a tarde conversando sobre a dramaturgia da recepção como solução para algumas lacunas do experimento do grupo. Nossa, Neto levou um texto sobre Estética Relacional e... Bingo! Tem tudo a ver com a recepção. Pensamos até que a dramaturgia da recepção seja uma das soluções que a Estética Relacional traz. Nossa, isso tem muito a ver. A necessidade de se construir qualquer obra de arte que seja a partir dos leitores, espectadores e afins. A importância em pensar que o produto só se torna uma obra de arte quando é transformado pelo público ou quando o transforma e, portanto, só existe se esse público ta presente e atuante. E, pra isso, sempre pensar em códigos coletivos, (...) em ‘memórias sociais’.” Ana Carolina Marinho

A experimentação continuava a todo vapor convidados pelo Grupo Facetas para participar do Projeto Gambiarra, nos apresentando no espaço TECESOL em Março de 2010. Como sempre, ao final de cada apresentação abrimos espaço para uma conversa com o público. Algo revelador e relevante para a continuidade do processo.

“Já que os feedbacks de sensações revelaram pro coletivo inúmeras leituras, subjetividades e, de certa forma, quem viu se tornou atuante, é como se muita coisa fizesse até mais sentido depois da conversa coletiva.” Ana Carolina Marinho


Inscrevemos-nos no edital de ocupação da Casa da Ribeira, Cena Contínua. Fomos aprovados e, em mais ebulição, o "Volta, ao Ponto." chegava ao formato de palco italiano. Com a iluminação colaborativa de Olivan Nascimento, com a ajuda de Ramilla Sousa na assessoria de imprensa e a força de Alana Cascudo na assistência de produção. O resultado foi positivo! A surpresa nos tomou ao saber que fomos citados na tese de mestrado do teatrólogo e diretor Márcio Rodrigues.

Inicia-se o segundo experimento do Projeto Abrindo Janelas


Dando continuidade ao Projeto Abrindo Janelas, iniciamos as pesquisas da experimentação proposta, agora, por Cris Reliê. O convite foi de embarcar no universo nordestino. Estudamos a vida e obra de Luiz Gonzaga como reflexo de uma realidade. Realidade esta que o Janela foi conferir de perto em viajem ao interior do estado, indo a Santo Antônio do Salto da Onça no agreste potiguar. Riqueza, riqueza e riqueza de motes para pesquisa!

Experimentando o ato representativo, fomos à sala de ensaio e descobrimos a tendência da pesquisa à crença e aos costumes nossos, dos nordestinos. Criávamos, então, personagens que transcorrerão em todo o processo. Personas-entidades com matrizes pautadas em tudo vivido e proposto.

Relevante foi o estudo do texto A Grande Serpente de Racine Santos, onde encontramos mais motes e coincidências com o trabalho já iniciado.

“Partindo do pressuposto de uma pesquisa embasada no universo nordestino, encontramos em diversas referências insurgidas também por viagens laboratórios pelo interior do estado e oficinas feitas em sala de ensaio, figuras pitorescas de nossa região, componentes de potência imagética, substratos a um imaginário poético. O texto A Grande Serpente veio como pré-texto para redimensionar os elementos encontrados em sala de ensaio. Imbuídos de empolgação e consciência, sabemos do objetivo de levar esse universo ao palco, defendendo anseios próprios da nossa cultura, que sirva de instrumento para o resgate de nossas raízes de figuras míticas, do sincretismo sertanejo e levantamento de diversas questões. Conscientes, também, do hibridismo entre contemporaneidade e tradicionalismo. Entre sagrado e profano, mergulharemos naquilo que é profético.” Cris Reliê

Em prosseguimento, o encontro e a aproximação da dramaturga e atriz Cláudia Magalhães foi e está sendo, antes de tudo, uma satisfação e enorme alegria. Cláudia será nossa orientadora de pesquisa em composição dramatúrgica.