E querendo sempre mais, o processo deveria continuar. Assim, a busca por um texto ideal para a segunda experimentação cênica foi intensa. Porém, sem resultados eficazes. Deparávamos-nos novamente com a questão do que deveríamos e queríamos fazer e comunicar, agora com a preocupação de continuidade dos estudos já começados.
"Vamos agora se jogar, sangrar e sofrer mais. Mas com a certeza de que o crescimento será gigantesco.(...) Ranieri Sousa"
Foi proposto um texto de autoria de Luiz Gadelha escrito para o próprio grupo. O texto foi desenvolvido pela observação do comportamento, do cotidiano, das idéias, das histórias e do que se passava na vida pessoal e profissional dos integrantes. Adoramos o texto, a idéia que nos faria continuar a pesquisa da estética textual do "Homem-Peixe, afagado e afogado", que nos faria estudar variadas formas de interpretação e que nos colocaria tão expostos diante da platéia.
"O processo está sendo um desafio. Os planos dramáticos e naturalistas acontecem como um simples botão que liga e desliga. Acho isso um pouco complicado.
Mas está sendo super proveitoso, pois encontramos preciosas descobertas no modo de interpretar. Os sentimentos se dissolvem no texto. Essa ponte o real e
o irreal, de trabalhar a metalinguagem na cena sem canastrices é algo além de um simples botão.(...) Cris Reliê"
Mesmo assim, acreditávamos que algo faltava dentro do grupo. E por isso está tentativa de experimento não estava tão produtiva em sala. Relaxamos por uns dias.Qual o motivo das falhas de processos de grupos? Porque as divergências diante do que se quer dizer, fazer, caminhar? Estávamos em busca da resposta.
(desenho de Paula V.)
sábado, 20 de março de 2010
terça-feira, 16 de março de 2010
..."Homem-Peixe, afagado e afogado."
Era primeira vez que entravámos em cena juntos. Levavámos ao palco textos de diversas poetizas, a exemplo de Iracema Macedo, e também textos dos atores, a fim de externar sensações e inquietações próprias . Tendo, assim, cenas com elementos e temáticas bem definidas: na chuva ao mar, o afago e o afogamento devido ao amor (no seu vago sentido). Não podemos dizer que era uma narrativa concreta, mas que era um esboço do sentimento de um homem iludido com o amor e de uma mulher que, sozinha, espera por esse amor perdido. Os poemas e textos recortados traduziam tudo isso, de forma subjetiva. O presente e o passado dividiam o mesmo espaço de tempo. É dificil encontrar as palavras que signifiquem esse processo, e o produto era pra sentir, embarcar com o que se via e ouvia.
O primeiro experimento tem ligação com algumas técnicas de criação cênica e de treinamento do ator, como o Viewpoints (Ane Bogart, Siti Company-NY), e o "Contato" (proveniente de um breve encontro com Savio de Luna e sua pesquisa nos Clowns).
Depois de estreado em sessões para pouquíssimas pessoas, sentimos a relação indireta da tão falada química dos atores na cena e do entrosamento de cada um fora do palco. Os leves abalos da entrada de Cris e do afastamento de Vitor já tinham se passado, a alegria e empolgação de todos estavam em alta. Mas na cena, não nos conhecíamos tanto (normal para os primeiros trabalhos como grupo). O experimento teve um resultado muito bom. Queríamos mais.
sexta-feira, 12 de março de 2010
...Da música à cena.
Com as vivências que Luiz Gadelha nos proporcionava no laboratório de Música do Ator, adotamos a música como fonte de inspiração e identificação para com a cena. Onde a música é mais que simplesmente música, e sim um canal para libertar os sentimentos e buscar a verdade no que você quer expressar, no seu intimo. Decidimos beber da música potiguar. E funcionou. Através da música "Feitiços pra ti (Luiz Gadelha/Simona Talma)" vimos imagens e vários motes para o surgimento de cenas. Assim, tinhamos em mãos as ferramentas necessarias para os workshops individuais do laboratório de Construção Cênica com Paula Vanina. Unindo as cenas dos workshops, surgiu o "Experimento Homem-Peixe, Afagado e Afogado".
Feitiços Pra Ti
"Homem-peixe, homem-peixe meu
Te espero por todas as eras
Tenho os olhos atentos ao mar
Tenho um corpo pronto
E um coração aquecido
E mesmo que a tempestade
Venha para nos banir
Trago os braços abertos
Como mãe e como cais
Como amante e como luz
Venha com seu corpo embarcação
Com sua voz errante
Que para nos não existe o distante
Não existe o perto, o longe
Que para nos só existe o instante
Em que o amor venceu." (Luiz G./Simona T.)
Assinar:
Postagens (Atom)